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O Papai Noel do IPSEP me esqueceu.


Recife, Quinta-Feira, 25 de Dezembro de 1997
http://www.old.pernambuco.com/anteriores/1997/12/25/urbana5_0.html
Papai Noel faz festa no Ipsep
Ele ficou a manhã inteira passeando pelas ruas do bairro, convocando a criançada para a confraternização
As ruas do Ipsep receberam, ontem pela manhã, a visita inesperada de Papai Noel. Montado numa Saveiro, o Bom Velhinho percorreu as ruas do bairro, para chamar todas as crianças para uma festa que acontece hoje, às 17h, ao lado da Regional da URB. Como sempre, a simpática presença daquele velhinho de barbas brancas chamou a atenção tanto dos moradores baixinhos quanto dos altinhos. Papai Noel entregou quinhentas senhas, que darão direito à participação no sorteio de vários brindes - entre eles uma bicicleta - que acontecerá durante a festa.
Nesse caso, Papai Noel se chama Fernando Silva. Ele esteve em ação na noite de ontem, levando presentes às pessoas que contrataram seus serviços. O Noelmóvel, tocando músicas de vários tipos numa altura ensurdecedora, passeou da Vila da Sudene até a Vila Tamandaré. divulgando o trabalho de entrega de presentes e anunciando a festa de hoje. "Vamos ter apresentação de dois pastoris, grupos de dança folclórica, Paquitas e Chiquititas. Estamos contando com a presença de todos aqui da comunidade", explicou o carismático velhinho.
A taxa cobrada para entregar os presentes foi de R$ 10,00, suficientes apenas para bancar os custos. Fazendo o Papai Noel pelo segundo ano consecutivo, Fernando Silva conta que adora esse tipo de trabalho. "Também estou visitando uma escola e uma academia, onde sempre chamo a atenção dos pequenos. Eles vêm sentar no meu colo e pedir coisas. É uma emoção enorme, que eu não consigo explicar", diz. Ele discorda da opinião de muitos colegas seus e garante que a criançada continua acreditando Papai Noel, do mesmo jeito que antes.
ALEGRIA
Mesmo quando aparece um ou outro garoto mais cético, dizendo que Papai Noel não existe e aquilo é apenas uma roupa vermelha, Fernando usa toda sua lábia e consegue convencê-lo de que tudo é verdade. Pelo menos naquele momento. "Sei que vai ser uma alegria muito grande se a criança acordar de noite e me ver deixando seu presente. Ela vai poder dizer que viu mesmo o Papai Noel, sem precisar inventar nenhuma história", acredita o bom velhinho.
O único inconveniente dessa coisa toda é o calor. Acostumado ao frio glacial do Pólo Norte, Papai Noel sente muito as altas temperaturas do verão pernambucano. "Mesmo assim eu adoro. Acho que deviam inventar uma fantasia tropical para nós", brinca o respeitável, bem humorado e barbudo senhor. Ele só reclama da falta de apoio por parte das empresas e que, muitas vezes, não é levado a sério pelas pessoas. "Há muitas criancinhas necessitadas e nós tentamos ajudar", define.

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